Descrição
Psicologia e Políticas Sociais: temas em debate - 1ª edição
Organizadores: Isabel F. de Oliveira e Oswaldo Yamamoto
O campo das políticas sociais desenvolvidas no Brasil, especialmente após o período autocrático-burguês, foi palco da inserção do psicólogo em um contexto de atuação bastante distinto daquele no qual se erigiu a profissão. Discussões sobre o elitismo da profissão, sobre sua associação direta com ditaduras na América Latina e sobre sua atuação descontextualizada foram algumas das denúncias feitas por segmentos das entidades representativas da Psicologia. Com a abertura democrática, campos como saúde pública, assistência social e educação, com seus respectivos desdobramentos, acolheram psicólogos sob o discurso da responsabilização do Estado na garantia dos mínimos sociais. Essa inserção acirrou a crise de relevância social da Psicologia, especialmente no tocante à adequação dos conteúdos psicológicos a uma realidade marcada pelas sequelas da "questão social": a população pobre ou extremamente pobre. Discussões acerca dos objetivos do trabalho do psicólogo, da sua função social, de seu compromisso e papel como agente de transformação social ou como partícipe de estratégias de suavização de tensões sociais vêm sendo realizadas acentuadamente, mas ainda se está longe de um consenso acerca de um modelo de atuação para o psicólogo. Nesse contexto, o livro Psicologia e Políticas sociais: temas em debate discute a atuação desse profissional, em variados contextos, com destaque para a saúde, a saúde mental, o sistema de garantia de direitos e a educação, problematizando os referenciais que norteiam as práticas e apresentando, para as ações do psicólogo, caminhos em favor de mudanças nas condições materiais da vida de um grande contingente de brasileiros que sobrevivem sem acesso a direitos sociais fundamentais para uma existência digna.